Projeto criado e desenvolvido pela profª LISIANE BISCAÍNO GUEDES

Projeto criado e desenvolvido pela
profª LISIANE BISCAÍNO GUEDES

quarta-feira, 2 de novembro de 2011



                Em setembro, após meu convite, os alunos do 5º ano da E.M.E.F.Profª Alice de Carvalho receberam a visita das Sras. Fátima Teresa Raupp Garcia, Vera Enilce Severino Werlang e Eloá Barcellos Severino, antigas moradoras do Passo do Feijó.
                Num encontro denominado Roda das Recordações, as três senhoras contaram histórias que viveram e ouviram de seus familiares, que também já moravam por aqui.
                Falaram de um tempo em que o Passo do Feijó, distrito de Viamão, era formado por propriedades rurais, onde cada família criava animais e tinha suas pequenas plantações para consumo próprio.
                Relataram que como não havia luz fabricavam vela em casa com cordão e sebo. Também em função da ausência de energia elétrica, explicaram que no dia de carnear um animal, os vizinhos se juntavam e executavam o trabalho, dividindo o resultado e aproveitando todas as partes do animal. Da mesma forma era a época do plantio, onde todos se juntavam e organizavam a semeadura. Para as crianças e mulheres cabia preparar os lanches e levar de carreta até o local do plantio para os trabalhadores. Tudo isso em gestos de cooperação, união e alegria, antecipando o título que mais tarde a cidade receberia de capital da solidariedade.
                O transporte também foi comentado. Contaram que naquela época só havia as carretas e charretes e que precisavam deslocar-se onde hoje é o Triângulo da Assis Brasil para embarcarem no ônibus ou até as imediações da Igreja São João, na Av. Benjamin Constant, para utilizarem os bondes. Dessa forma conseguiam chegar até o centro de Porto Alegre. Carro era para poucos. Mais tarde começaram a existir ônibus com dois horários diários que chegavam e partiam da venda do Sr. Lothário, na antiga parada 42.
                Atentas, as crianças ouviram que a cidade possuía muitas vertentes e arroios e como não havia água encanada era ali que buscavam água para abastecer suas casas e lavavam suas roupas, pois naquele tempo não havia poluição.
                A Sra. Fátima recordou com saudade dos muitos banhos na Lagoa do Cocão, numa época em que todos podiam banhar-se nessa que é um dos orgulhos da nossa cidade.
                Também falaram sobre os brinquedos da época, como as bonecas de pano, as tropas de sabugo das espigas de milho, o bilboquê, as cinco Marias e para espanto da criançada, relataram que poucos tinham bola.
                Foi relatado que antigamente os pais contratavam uma professora para ensinar em casa e que esta atendia as crianças da região, independente da idade e ensinava a ler, escrever e calcular. Contaram que a primeira escola do Passo Feijó foi a Escola Júlio Cézar Ribeiro de Souza, na parada 43.
                Recordaram que antigamente o centro do Passo do Feijó ficava entre as paradas 42 e 43, onde concentrava o maior número de estabelecimentos como a Venda e Tambo de Leite do Sr. Lothário, o Barbeiro Sr. Valmor e o Ferreiro Sr. Camilo.                           .
                Neta do primeiro subprefeito e subdelegado da cidade, Sr. Podalírio Baby de Barcellos, a Sra. Vera Enilce recorda que com os loteamentos, consequente aumento da população e as dificuldades da distância de Viamão surgiram as primeiras ideias de emancipação, que contava com um grupo de pessoas que se reuniam, na maioria das vezes, no cinema do Sr. Marcolino. Sim, Alvorada já teve cinema!
                Todas concordam que a emancipação trouxe melhorias para a cidade e que a partir de então a cidade cresceu muito.
                Questionadas pela profª Lisiane, as senhoras relataram que é com grande emoção que veem o progresso da cidade, que sem ter medo de avançar acompanha o mundo numa constante evolução.
                Mais uma atividade do projeto Eu AMO muito Alvorada que foi um sucesso, pois além de despertar nas crianças o respeito e o saber ouvir aos mais velhos, valorizando a tradição oral, foi um momento único de poder conhecer um pouco mais sobre a história da nossa cidade, através da Sra. Fátima, Vera Enilce e Eloá. Ao final da manhã, D. Eloá Barcellos, 77 anos, foi cercada pelas crianças que insistiam em saber mais e ela, atenciosamente, a todos respondia.
                Uma manhã para ficar na história desse grupo que está engajado no projeto de valorização da nossa cidade: Eu AMO muito Alvorada.

Fotos em breve...

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